Depoimento – Bárbara Lins (JICA –  TV Program Production for Digital Terrestrial Broadcasting)

Depoimento – Bárbara Lins (JICA – TV Program Production for Digital Terrestrial Broadcasting)

Já imaginou passar algumas semanas e até mesmo anos estudando no Japão com tudo pago? Passagem aérea, hospedagem e alimentação. Ainda mais vendo assuntos da sua área de atuação com profissionais de destaque lá fora? Ah! Eu eu nem falei das saídas de campo e da interação com pessoas de várias partes do mundo!

Há quinze dias eu vim para Tóquio depois de ser selecionada pela JICA para uma bolsa de estudos do curso TV Program Production for Digital Terrestrial Broadcasting. Foram dias de muita ralação, mas também muito aprendizado.

Acho que quem está procurando abrir os horizontes, conhecer novas culturas e buscar conhecimento de qualidade para compartilhar e colocar em prática no Brasil, este é um dos melhores caminhos. Dá uma olhada em como participar!

 

Como funciona a JICA

A JICA é a agência de cooperação internacional do Japão. Ela atua em várias partes do mundo proporcionando assistência para países em desenvolvimento. Oferece cooperação técnica, empréstimos, treinamentos e muito mais.

Todo ano ela lança vários cursos nas mais diversas áreas, como agricultura, mobilidade, segurança, saúde, redução da pobreza, melhoria da governança, turismo e sustentabilidade. Em média, 8000 alunos vão para o Japão participar dos treinamentos todo ano. Algumas dessas turmas têm vagas para o Brasil.

 

Como concorrer

Cada curso tem um edital específico com seus pré-requisitos.

Em comum, é preciso estar vinculado a alguma instituição governamental, órgão ou empresa que contribua para o desenvolvimento técnico na sua área em questão no Brasil. Também é preciso comprovar proficiência em inglês, já que todas as aulas são dadas nessa língua.

No meu caso, também precisei responder vários questionários e formulários específicos da minha área, conseguir autorização da minha empresa, mostrar exemplos de trabalhos, relatar meu histórico que comprovasse meu envolvimento com tecnologia e produção de conteúdo, me comprometer a transmitir o conteúdo depois de voltar ao Brasil e até conseguir atestado de saúde em inglês. Juro que esse último item aí foi um dos mais complicados.

Depois de aprovada na primeira etapa, ainda tive que mandar uma apresentação para o Japão com exemplos do meu trabalho, da minha empresa e do meu país.

Quando sai o resultado final, eles te procuram para explicar tudo direitinho. Como funciona o pais, o que tenho que levar, como serão as aulas. Eles pagam quase tudo! Passagem aérea, hospedagem, transporte interno e alimentação.

Clicando aqui na página deles, você encontra mais informações!!! 

 

Como é participar do treinamento

Enquanto escrevo esse texto, tem uma nigeriana conversando ao meu lado com um indonésio. Atrás de mim, uma peruana enche a garrafinha d’agua para aguentar o calor de Tóquio agora no verão. No balcão da entrada, três japoneses muito gentis recebem uma turma de indianos que acabou de chegar.

Essa torre de babel acontece todo começo de dia no saguão do escritório da JICA em Tóquio, no Japão. E isso é uma das coisas que eu mais amo! Esse intercâmbio de culturas. Aprendi muito mais não só sobre o Japão, mas também sobre países como Botswana, Sri Lanka e Nigéria.

Parte dos meus colegas vieram de lá e como o convívio é muito intenso, acabamos aprendendo muito um sobre o outro. Não só profissionalmente, mas também sobre os hábitos dos países de origem deles.  Além disso, você acaba tomando com café da manhã com um indiano ou jogando sinuca a noite com cubanos. É muito legal!

Mas nem tudo é festa. Aliás… é muita ralação!!! Tive aulas todos os dias de manhã e à tarde. Ainda fiz visitas guiadas em laboratórios, redações e órgãos do governo que puderam demonstrar na prática o que víamos de forma teórica em sala de aula.

Outro aspecto bem interessante foi o método de ensino. O Active Learning é uma das melhores formas de aprendizado que já tive. Não é passivo. Ter que discutir, apresentar ideias, trocar conhecimento, produzir relatórios diários e ainda montar o projeto com o que vimos em sala de aula e nas saídas de campo.

Também aproveitei cada segundo para tentar entender um pouquinho mais sobre o Japão e sua cultura. Depois das aulas ia aos festivais de verão e aproveitava para interagir com a comunidade local. Nas minhas corridas matinais ao redor da JICA também descobri uma prática matinal de exercícios feitos pelos moradores de lá e fui convidada a participar. Acabei indo todo dia. Ainda usei parte do fim de semana livre para escalar o Monte Fuji. Foi surreal!

Volto com a bagagem cheia. De recordações de lá, mas principalmente de conteúdo de qualidade. Ansiosa para colocar tanto conhecimento em prática e também em compartilhar o que aprendi!

Lá no meu LinkedIn coloquei mais infos.  Tem fotos no insta também!

 

[Texto adaptado de descobertasbarbaras.com.br]

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