Depoimento – Nowan Seiki Takematsu (JICA – Programa de formação da Futura Geração da Comunidade Nikkei)

Depoimento – Nowan Seiki Takematsu (JICA – Programa de formação da Futura Geração da Comunidade Nikkei)

Partimos do Brasil no dia 4 de janeiro e só chegamos no Japão dia 6, para participarmos do Programa de formação da Futura Geração da Comunidade Nikkei.

Há 10 anos atrás a minha irmã participou do mesmo programa, tal como o meu irmão, há 8 anos atrás. Como sempre ouvia histórias deles, sempre tive a vontade de participar também. Então quando chegou a minha vez fiquei muito empolgado! Como bem falaram os meus irmãos, lá eu pude ter diversas experiências, que compartilho um pouco aqui.

 

1. Minhas primeiras impressões do Japão

Durante o voo fiquei conversando com a companheira do programa, Sati Ogawa. Falamos das coisas que queríamos ver e fazer, e quando chegamos ao Aeroporto de Narita me perguntei se realmente estava no Japão. A ficha não tinha caído ainda.

Depois de sair do avião fui pegar as malas e compramos bebidas na máquinas de venda, esperando o os outros bolsistas e o professor. Como foi a primeira vez que vi uma máquina de vendas, fiquei bem perdido em como usar. Mas hoje em dia já sou craque.

A paisagem era linda quando saímos do aeroporto. Fazia muito frio, e percebi que realmente não estávamos mais no Brasil. Fomos ao hotel de ônibus e acabamos não conversando tanto, já que éramos de vários países.

Ao chegar no hotel, me informaram que fiquei junto com um paraguaio, Kotaro Nagano. Após o check-in, fomos todos juntos para a JICA. Senti a tecnologia japonesa quando usei o banheiro pela primeira vez. A privada tinha a tecnologia washlet, com funções de bidê, assento aquecido, entre outros.

 

2. Estudo sobre a imigração

Aprendemos um monte sobre a história da imigração, como o período, os lugares e as motivações dos nossos antepassados, além de refletirmos sobre a nossa identidade Nikkei.

Durante a aula criamos uma linha do tempo, fomos ao museu da imigração japonesa e ouvimos várias histórias. A aula era muito divertida, pois o professor nos explicava para que todos nós pudéssemos entender.

É graças aos nossos antepassados que nós conseguimos ter a vida que temos hoje. Agora entendo o significado da frase “As noites chegam graças às manhãs”.

 

3. Vivência na escola japonesa

Nos dividimos em dois grupos, sendo que cada um ia para uma escola diferente. Para esse dia nós preparamos apresentações de 15 minutos sobre os nossos países, e foi bem difícil montar com o curto tempo que tínhamos. Ficamos até meia noite preparando a apresentação no Hotel.

No dia 14 fomos para a Escola Yokosuka Meiko. Todos estavam uniformizados e pareciam muito sérios.

A escola seguia mais ou menos a imagem que eu tinha. Todos usando o uniforme, prédio grande e sinais de aula engraçados. Encontrei com a minha buddy assim que cheguei na aula, o nome dela era Cecília, que me ajudou muito a acompanhar as aulas em japonês, que não conseguia entender direito.

A Cecília e as suas amigas eram muito gentis e divertidas. Sempre conversavam comigo, até mesmo durante as aulas. O que me assustou é que tinha gente que mexiam nos celulares e que dormiam durante as aulas. Me dei conta que nem mesmo os japoneses gostam de estudar.

Durante o intervalo de almoço, fiz uma apresentação na frente de 80 pessoas e fui para a casa da minha buddy. Levamos 1h40 para chegarmos, usando ônibus e metrô. Uma coisa que percebi era que os japoneses têm essa rotina desde criança, indo para a escola por conta própria. Tive a impressão de que os japoneses se tornam adultos mais cedo, e que nessa sociedade não é necessário ter um carro.

A mãe da minha buddy fazia comidas gostosas para nós, e passamos bons momentos comendo e conversando. O dia seguinte fomos para Shibuya e Asaskusa com a Cecília e as amigas dela. Cansamos bastante mas foi bem divertido. Aliás, como a Cecília só tinha amigas, não convivi tanto com os alunos.

No dia 17 foi a nossa despedida. Fiquei um pouco nervoso na hora de dar as minhas palavras, mas acho que consegui transmitir o que eu queria.

 

Conclusão

O programa era muito mais incrível do que eu imaginava, e finalmente consegui entende o que os meus irmãos tanto falavam. Quando nos juntamos pela primeira vez, falei pros meus colegas que vim para fazer uma lembrança inesquecível, e acredito que consegui realizar o objetivo.

Eu quero levar as experiências para a minha cidade, compartilhando o que aprendi com a minha escola japonesa, minha família e amigos. E vou levar para a minha vida as amizades que fiz nesse programa.

Gostaria de agradecer a JICA e a JOCA que proporcionaram essa experiência, e também aos professores da escola japonesa e todos as pessoas que estiveram envolvidas na realização do programa.

 

Nowan Seiki Nukui Takematsu

JICA – Programa de formação da Futura Geração da Comunidade Nikkei (Ensino Médio)

 

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